quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Ainda

Vou dizendo
Certas coisas
Vou sabendo
Certas outras
São verdades
Amizades
Aventuras
Quem alcança
Mora longe
Da mudança
Do seu nome
Alegria
Vã tristeza
Fantasia
Incerteza
São verdades
São procuras
Amizades
Aventuras
Quem avança
Guarda o amor
Guarda a esperança
Sem favor
Ainda

Música 'Ainda' executada no filme 'O céu de Lisboa'

Ficha técnica:
Música
Título: Ainda
Grupo: Madredeus
Ano: 1994
Autoria: Pedro Ayres Magalhães
Filme
Título: O Céu de Lisboa
Título original: Lisbon History
Diretor: Win Wenders
Ano: 1994

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

O estrangeiro

"No mesmo momento, o suor acumulado nas sobrancelhas correu de repente pelas pálpebras, recobrindo-as com um véu morno e espesso. Meus olhos ficaram cegos por trás daquela cortina de lágrimas e de sal. [...] Foi então que tudo vacilou. O mar trouxe um sopro espesso e ardente. Pareceu-me que o céu se abria em toda a sua extensão, deixando chover fogo. Todo o meu ser se retesou e crispei a mão sobre o revólver. [...] Sacudi o suor e o sol. Compreendi que destruíra o equilíbrio do dia, o silêncio excepcional de uma praia onde havia sido feliz. [...] Era como se desse quatro batidas secas na porta da desgraça."



Trecho do livro "O Estrangeiro" de Albert Camus.

Título original: "L'étranger"
Autor: Albert Camus
Ano: 1957
Tradução: Valerie Rumjaneck
No. de páginas: 124

sábado, 1 de setembro de 2007

Banda Larga



Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje
Que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé
Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail até Calcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer
Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut
De Connecticut acessar
O chefe da Macmilícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus pra atacar programas no Japão
Eu quero entrar na rede pra contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze tem um vídeopôquer para se jogar
Música: Pela Internet (1996 - lançada na internet e no disco "Quanta gente veio ver" de 1998).
Pôde ser admirado no show "Banda Larga" - Gilberto Gil - em SP no mês de Agosto.
Fotos, vídeos e áudios podem ser visualizados, escutados e baixados na página do projeto 'banda larga' em: www.gilbertogil.com.br

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Canto do povo de um lugar

Todo dia o sol se levanta
E a gente canta
Ao sol de todo dia

Fim da tarde a terra cora
E a gente chora
Porque finda a tarde

Quando a noite a lua mansa
E a gente dança
Venerando a noite


Música Canto do povo de algum lugar de Caetano (1975 in Jóia).

Pode ser ouvida em: Renato Teixeira & Pena Branca & Xavantinho Ao Vivo em Tatuí.

Ano: 1992
Gravadora: Kuarup Discos
Interpretação de Pena Branca e Xavantinho

terça-feira, 31 de julho de 2007

Soy Cuba













"Eu sou Cuba.

Certa vez, Cristóvão Colombo desembarcou aqui.
Ele escreveu em seu diário:
'É a terra mais maravilhosa já vista por olhos humanos.'
Obrigada, Sr. Colombo.
Quando você me viu pela primeira vez, eu sorria e cantava.
Eu saudei as suas velas com a copa de minhas palmeiras.
Achei que seus navios trariam felicidade.

Eu sou Cuba.

Seus barcos, meu açúcar levaram.
Minhas lágrimas, eles deixaram.
Que estranha coisa é o açúcar, Sr. Colombo.
Ele contém tantas lágrimas, e ainda assim, é doce."

Trecho do filme Soy Cuba, de Mikhail Kalatozov

Ficha técnica:
Cuba - 1964
Título original: Soy Cuba
Direção: Mikhail Kalatozov
Roteiro: Enrique Pineda Barnet (Cubano) e Yevgeny Yetushenko (Russo)
Fotografia: Sergei Urusevsky

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Pasternak em Jornada da Alma

"Quando você não pode olhar dentro da alma de alguém, tente ir embora e depois voltar."

Frase de Boris Pasternak no filme Jornada da Alma

Ficha Técnica:

Filme


Título: Jornada da Alma
Título original: Prendimi L'Anima
Origem: França - 2003
Direção: Roberto Faenza

Boris Pasternak



Escritor russo (10/2/1890 - 30/5/1969)
Obra principal: Doutor Jivago (Doctor Zhivago), escrito em 1957 (mas publicado na URSS somente em 1988), além de vários poemas.

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2007

Sim

"Sim, sei bem
Que nunca serei alguém
Sei de sobra
Que nunca terei uma obra
Sei, enfim,
Que nunca saberei de mim.
Sim, mas agora,
Enquanto dura esta hora,
Este luar, estes ramos,
Esta paz em que estamos,
Deixem-me crer
O que nunca poderei ser."

Poema 'Sim', de Ricardo Reis.

Pode ser ouvido e lido no Museu da Língua Portuguesa - Estação da Luz.