On the road, Jack Kerouac
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
os loucos
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Cansei de esperar você
Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho
Quando cansei de esperar vocêVi minha estrela maior renascer
Vi minha vida mais colorida
Cheia de encanto e de
mais prazer
Vi quando o mar se abriu
Deixando passar todo
meu sentimento
Até na chuva e no vento
Vi a luz na poesia
Minha alegria voltou
Brilhando no alvorecer
Quando deixei de amar
E esperar por você
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Os Submersos
Carlos Drummond de Andrade -poema escrito em 1973 em homenagem às placas de ruas submersas em Rubineia.
"Poetas amigos que eram
placa de rua em Rubineia:
que tal a vida aí em baixo do lago?
A princípio é meio estranho, não?
Compreendo, depois a gente se habitua.
Nenhuma casa em que moramos
se entrega imediatamente.
É preciso entendê-la, conquistá-la.
E casa de água, então?
Uma rua de água, placa
indicando esquina de água
a transeuntes peixes.
Não é todo dia que um objeto
destinado a servir debaixo do sol
se encontra em semelhante situação.
Já sei poeta Bandeira que você está rindo,
achando graça no desconforto líquido,
captando com olhar agudo
a mobilidade de tons diferentes de água,
para lhes atribuir correspondência verbal.
E você, poeta Cecília, o que conta
dessa viagem às vidas submersas,
as Holandas hidroelétricas,
país de água de Ilha Solteira
que romanceiro algum ainda não cantou.
Está conferindo o verde de seus olhos
com esse verde piscina?
Olha: aquele velhinho ali foi seu vizinho
aos tempos de Cosme Velho.
Uma reverência a Machado de Assis,
mesmo em camadas profundas,
precisamente belas,
é de bom preceito.
O ácido Graciliano
está mais adiante
e ainda não se conformou
em ser nome de rua.
Acha que tudo isso é palhaçada.
Não importa. Se os
nomes falam entre si,
as placas também dialogam
e a dele tem um bom papo
de quem viveu momentos fortes
e, como ele, sabe comunicar-lhes
a emoção em linguagem ríspida.
A represa não é um cárcere,
como aquele em que o romancista
ruminou por faltas não cometidas.
É uma nova Rubinéia, isenta
das limitações municipais da superfície.
Sem trânsito de veículos assustadores,
sem impostos, papéis,
discursos, notícias, bases mil,
que toda cidade se corta.
Percebo, afinal, essa é a
Pasárgada de Manuel Bandeira,
oculta em oito milhões
de metros cúbicos de água.
Eis aí meus caros amigos:
a vocês uma boa sorte
e muito progresso e alegria."
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Eu sambo mesmo
Há quem sambe muito bem
Há quem sambe por gostar
Há quem sambe por ver os outros sambar
Mas eu não sambo para copiar ninguém
Eu sambo mesmo com vontade de sambar
Porque no samba eu sinto o corpo remexer
E é só no samba que eu sinto prazer
Ah! quem não gosta do samba
Não dá valor
Não sabe compreender
Um samba quente
Harmonioso e buliçoso
Mexe com a gente
Dá vontade de viver
A minoria diz que não gosta
Mas gosta
E sofre muito
Quando vê alguém sambar
Faz força, se domina
Finge não estar
Tomadinha pelo samba, louca pra sambar
Eu sambo mesmo
Eu sambo assim
Eu sambo que sambo
Eu sambo mesmo assim
Há quem sambe por gostar
Há quem sambe por ver os outros sambar
Mas eu não sambo para copiar ninguém
Eu sambo mesmo com vontade de sambar
Porque no samba eu sinto o corpo remexer
E é só no samba que eu sinto prazer
Ah! quem não gosta do samba
Não dá valor
Não sabe compreender
Um samba quente
Harmonioso e buliçoso
Mexe com a gente
Dá vontade de viver
A minoria diz que não gosta
Mas gosta
E sofre muito
Quando vê alguém sambar
Faz força, se domina
Finge não estar
Tomadinha pelo samba, louca pra sambar
Eu sambo mesmo
Eu sambo assim
Eu sambo que sambo
Eu sambo mesmo assim
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